Óleo de copaíba vs. canabidiol (CBD): qual o melhor custo-benefício?
Dois produtos naturais interessantes para o tratamento de várias afecções, inclusive neurológicas. Mas qual a diferença entre eles? Os resultados são os mesmos? Em qual vale mais a pena investir?


A Anvisa aprovou uma medida que possibilita a regulamentação do uso medicinal de produtos à base de maconha ou cânhamo (Cannabis sativa) em animais. Com isso, os médicos veterinários poderão prescrever com receita de controle especial, por exemplo, o canabidiol (CBD) para os seus pacientes.
O CBD possui ação anti-inflamatória, neuroprotetora, ansiolítica e anticonvulsivante por se ligarem, ainda que com fraca afinidade, a receptores canabinóides do tipo 1 (CB1) e do tipo 2 (CB2).
Os CB1 estão presentes no sistema nervoso central (SNC), no sistema nervoso periférico (SNP), incluindo o entérico (intestinal), e em outros tecidos, como o adiposo, fígado, endotélio e órgãos sexuais.
Os CB2 estão predominantemente associados ao sistema imunológico, mas também estão presentes nas células da glia, que protegem e nutrem os neurônios do SNC e SNP, na pele, no coração e nos sistemas digestivo e músculoesquelético.
Por isso, o CBD está associado à uma série de benefícios para a saúde, tanto de humanos quanto de animais. Entretanto, a extração do CBD da C. sativa encarece a obtenção do produto final, já que a planta e o seu óleo, bruto ou refinado, possuem grandes concentrações de tetrahidrocanabinol (THC), substância psicotrópica e alucinógena, capaz de causar dependência química nos usuários.
Considerando essa complexidade associada à maconha, que é originária da Ásia, é importante lembrar que existem outras plantas que contém fitocanabinóides, como a copaíba (Copaifera langsdorffii), árvore típica do bioma amazônico e do Cerrado.
O óleo de copaíba, dentre os produtos naturais conhecidos, é o que contém a maior concentração de beta-cariofileno, um canabinóide atípico, que se liga seletivamente aos receptores CB2 de forma agonista, ou seja, com grande afinidade e poder de ativação.
Os efeitos benéficos observados pelo uso tópico e oral são: melhora na imunidade, ação anti-inflamatória, principalmente no sistema músculoesquelético, cicatrizante e antimicrobiano na pele, ativador do sistema digestivo e regulador do sistema cardiovascular, sendo, portanto, muito promissor no tratamento de doenças inflamatórias e dor crônica, incluindo neoplasias.
Embora em menor grau, o beta-cariofileno pode se ligar também ao receptor CB1, que está mais concentrado no SNC. Sendo assim, pode atuar como neuroprotetor e favorecer a recuperação de danos neurológicos, sem efeitos psicoativos.
O uso ingerido do óleo de copaíba, no entanto, deve ser feito com cautela, pois a maioria dos produtos disponíveis no mercado é aprovada apenas para uso tópico. É necessário verificar a procedência e a pureza do óleo essencial para garantir a segurança no consumo e a origem sustentável da extração.
O uso sustentável das copaibeiras é uma forma de valorizar produtos nacionais e incentivar o reflorestamento e a recuperação dos biomas amazônico e Cerrado.
E você, o que prefere, CBD ou copaíba?
Imagem: Esteban Lopez / Unsplash


