Afinal o que é Saúde Animal?
É um conceito bem amplo, por isso muitas pessoas têm dificuldade de compreender.
Muitas pessoas, inclusive médicos veterinários, confundem saúde animal com vigilância de doenças, mas, na verdade, é muito mais do que isso. Da mesma maneira, leigos tendem a relacionar o tema ao simples atendimento clínico, esperando que os médicos veterinários, de forma geral, tenham abordagens que tradicionalmente separem animais de companhia dos animais de produção. Essa é uma visão antiga da profissão, mas que felizmente pode se modernizar com mais ações de educação em saúde.
Saúde não é simplesmente a ausência de doenças, pois vai além das condições físicas. Abrange também outras questões que se refletem no desempenho de aptidões e na expressão do comportamento natural ou esperado de acordo com a espécie e suas respectivas raças e linhagens.
Envolve desde condições emocionais de indivíduos até a configuração de grandes grupos, seja para fins de companhia, ornamentação, produção agropecuária ou conservação da biodiversidade. Ou seja, a saúde inclui o sucesso da finalidade e o bem-estar, além da sobrevivência.
Além disso, a saúde animal está, principalmente, associada à medicina preventiva ou saúde coletiva, que visa à vigilância de doenças infecciosas e monitoramento de contaminações para ações de prevenção, controle ou erradicação em determinada população.
Considerando que agentes etiológicos e contaminantes não respeitam limites taxonômicos nem fronteiras geopolíticas, podendo afetar o homem e diferentes categorias animais, a saúde animal conflui juntamente com a saúde pública e a saúde ambiental para o que chamamos de SAÚDE ÚNICA.
A saúde animal, portanto, requer uma visão holística e conhecimentos aprofundados em epidemiologia veterinária, além das bases de clínica e comportamento de animais terrestres e aquáticos. Por isso, não se limita a grupos específicos de animais, já que vários processos biológicos estão interligados.
É essa compreensão que garante o sucesso de estratégias sanitárias aplicadas tanto por políticas de governo quanto por interesse e responsabilidade do setor privado.
As doenças que causam maior impacto e possuem grandes repercussões para a saúde pública, em balanças comerciais ou nas relações entre países requerem altos investimentos e intervenção do Estado. Porém, a maioria delas, felizmente, pode ser controlada pelo próprio setor privado a partir de procedimentos de biossegurança, biosseguridade, diagnóstico clínico ou laboratorial e o devido tratamento, quando houver.
Foto da capa: Biegun Wschodni | Unsplash




